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22/07/2021ㅤ Publicado às 09:33

Debate promovido pela Comissão de Relações Internacionais do CAU Brasil faz parte da programação oficial do Congresso Mundial de Arquitetos

Como parte da programação do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO), a Comissão de Relações Internacionais do CAU Brasil (CRI-CAU/BR) promoveu Fórum Internacional de Entidades de Arquitetura e Urbanismo, com a participação de dirigentes de associações de arquitetos da América do Sul, América do Norte, Ásia, África e Europa. Com o tema “Planos Nacionais de Arquitetura e Urbanismo”, debate propôs pensar o território e assentamentos humanos como política de Estado prioritária para garantir a saúde e o bem-estar social, colocando o conceito de cidades sustentáveis no centro do debate público.

Debate contou com o presidente da UIA, Thomas Vonier; a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh; o coordenador da CRI-CAU/BR, conselheiro Jeferson Navolar; a secretária de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional, Alessandra D’Avila; o presidente dos vice-presidentes da Federação Pan-Americana de Arquitetos, David Rojas; a presidente do Conselho Regional de Arquitetos da Àsia, Rita Soh; o presidente da União Africana de Arquitetos, Victor Leonel; o presidente do Conselho de Arquitetura da Europa, Georg Pendl; o presidente da Associação de Arquitetos da Comunidade das Nações, Kalim Siddiqui; o presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa, Rui Leão; e o diretor da Academia de Escolas de Arquitetura e Urbanismo da Língua Portuguesa, Michel Toussaint.

“Quando a pandemia terminar, nós vamos ter que ampliar a reconstrução das nossas cidades, pois temos 25 milhões de habitações no Brasil que precisam de melhorias habitacionais”, afirmou a presidente do CAU Brasil, Nadia Somekh. “Os arquitetos não manifestaram a consciência de que somos profissionais de saúde, de saúde pública, e que a saúde da população é a dimensão humana da sustentabilidade. Estamos numa cruzada para mostrar o quanto esses profissionais são necessários”.

O conselheiro Jeferson Navolar, coordenador da CRI-CAU/BR, destacou que no Brasil o deasfio está em colocar papel do arquiteto e urbanista dentro do Estado Brasileiro. “Por isso é importante entendermos as experiências desenvolvidas no mundo, para que possamos construir uma oportunidade de cidades saudáveis”.

DESAFIOS GLOBAIS
O presidente da UIA, Thomas Vonier, destacou a retomada dos investimentos públicos que começa a se desenhar para o mundo pós-pandemia. “Toda a comunidade pode se beneficiar dos investimentos em infraestrutura pública. Mas é preciso ir além da construção de estradas, pontes e linhas de energia para incluir parques, ciclovias e mercados públicos”, disse. “O segredo é haver uma política por trás disso”.

Para Rita Soh, presidente do Conselho Regional de Arquitetos da Ásia, um dos principais conceitos a serem observados pelos arquitetos é o da resiliência. “Nós, como arquitetos, temos a obrigação de projetar ambientes resilientes. Nossas cidades têm que ter capacidade de não só de responder mas também se recuperar das novas ameaças que ameaçam a nossa sobrevivência”, afirmou.

O presidente da União Africana de Arquitetos, Victor Leonel, também entende que a chave está no conhecimento. “Temos incentivado os governos africanos a fazer estudos e diagnósticos sobre o uso do solo urbano e da infraestrutura”, disse. “A maior parte dos países já possuem normas baseadas em parâmetros internacionais, mas têm tido dificuldades na implementação dessas legislações. Isso só será possível com um correto conhecimento científico”.

ESTUDOS E DIAGNÓSTICOS
Na Associação de Arquitetos da Comunidade das Nações, pretende-se enfrentar esses desafios principalmente por meio da formação dos arquitetos. Segundo Kalim Siddiqui, presidente da entidade que reúne profissionais de 54 países (Reino Unido e suas ex-colônias, na maioria), uma pesquisa identificou uma escassez crítica de profissionais da construção em vários países da comunidade. “Muitos desses países estão sendo rapidamente urbanizados e estão mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas”.

Para o o diretor da Academia de Escolas de Arquitetura e Urbanismo da Língua Portuguesa, Michel Toussaint, a educação dos arquitetos deve objetivar não apenas uma profissão liberal, mas um serviço público, por meio de intervenções na cidade. “Temos vários nomes que têm se focado em mudar a perspectiva da produção arquitetônica, e também há entidades públicas que começaram a pensar nisso”, afirmou.

Na Europa, o desafio que se coloca é também cultural. Para o presidente do Conselho de Arquitetura da Europa, Georg Pendl, a Arquitetura já está sendo vista como uma disciplina que abrange outras áreas, como economia e cultura. “Da Arquitetura depende o ambiente que estamos criando, e isso faz uma enorme diferença”, afirma. “As novas gerações devem promover uma união em torno da economia circular, um projeto cultural que inclui um novo acordo social sobre sustentabilidade”.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Em vídeo enviado ao Fórum, o ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Rogério Marinho, destacou que muitas soluções para as cidades estão no uso ampliado das novas tecnologias. “Precisamos incorporar a tecnologias nas ações, como economia de iluminação, uso de câmeras e uso totens públicos para obtenção de serviços básicos”, afirmou, lembrando que o Estatuto das Cidades deu às prefeituras as ferramentas necessárias para reorganizar os seus espaços.

Para o presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa, Rui Leão, o Brasil tem dado uma contribuição muito importante ao debate com as ações de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). “Isso é algo que está sendo implementado em algumas cidades para a reconstrução ou replanejamento dessas cidades, tendo o conjunto construído como base e não como um replanejamento tábula rasa”, afirmou.

Confira cobertura completa do UIA2021RIO

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