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23/05/2014ㅤ Publicado às 11:23

Considerado por Lúcio Costa um dos três mais importantes nomes da Arquitetura Modernista Brasileira, “o arquiteto onde a arte e tecnologia se encontram e se entrosam – o construtor”, faleceu na manhã de hoje (21/05),  em Salvador, o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé. Ele foi responsável por obras que transformaram a forma como o Brasil olhava sua Arquitetura. Desde o trabalho na construção de Brasília, passando pela criação da Fábrica de Escolas do Rio de Janeiro e do Centros Integrados de Educação Pública no Rio de Janeiro (ambos em parceria com Darcy Ribeiro) pela Fábrica de Equipamentos Comunitários em Salvador até o desenvolvimento do Centro de Tecnologia da Rede SARAH de Hospitais, ele soube como ninguém unir técnica e arte, função e sensibilidade.

 

Lelé estava há longo tempo enfermo em decorrência de um câncer. Seu corpo, após ser velado em Salvador esta manhã, chegará ao Congresso entre 18hs e 19 hs. O caixão será conduzido pela rampa do Congresso até o salão  nobre da Câmara dos Deputados, onde Lelé será velado até às 6 hs de sexta-feira (23/05). Em seguida, o caixão será conduzido até a capela No. 1 do Cemitério Campo da Esperança, para as últimas despedidas a Lelé. O sepultamento ocorrerá às 10 hs na ala reservada aos pioneiros de Brasília.

 

Natural do Rio de Janeiro, tinha 82 anos. O arquiteto deixa viúva, a arquiteta Alda Rabello Cunha; as filhas Luciana, Sônia e a arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima; e os netos João, Gustavo e Paulo.

 

Para Haroldo Pinheiro, presidente do Conselho, “a morte de Lelé significa a perda de um profissional  de extrema solidariedade, comprometido com a dimensão  ética da arquitetura, que colocou seu domínio completo da arte de projetar e construir a serviço sobretudo de obras públicas em programas sociais. Por falta de uma cultura arquitetônica maior, o País talvez não tenha conhecimento exato dos méritos dele, do quanto ficamos empobrecidos culturalmente nesse momento. E justamente quando a sociedade exige cidades com espaços e equipamentos coletivos de boa qualidade, frutos de propostas criativas, uso com sabedoria da tecnologia e economicidade. Além disso, do ponto de vista pessoal, perco meu mestre e amigo, pois com ele trabalhei de estudante até agora”.

 

O CAU/BR decretou luto oficial de três dias pela morte de Lelé. Veja aqui o ato declaratório.

 

O arquiteto brasileiro será um dos homenageados da 14a. Bienal de Arquitetura de Veneza, que começa no dia 7 de junho. Sob o título “Fundamentais”, a Bienal se propõe a apresentar como as arquiteturas nacionais absorveram a modernidade e como eventualmente a mantiveram. Lelé será apresentado como uma espécie de ponte entre os arroubos formalistas da primeira fase do modernismo no país e o uso desse repertório em obras mais funcionais. Saiba mais aqui.

 

Fonte: CAU/BR

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